quarta-feira, 28 de abril de 2010

Poesia

Família desencontrada   

                                                        Mário Quintana  
   O verão é um senhor gordo, sentado na varanda.
   Suando em bicas e reclamando cerveja.

   O outono é tio solterão que mora lá em cima no
    sótão e a toda hora protesta aos gritos :"Que
    barulho é este na escada?!"

   O inverno é o vovozinho trêmulo, com a boina enterrada
    até os olhos, a manta enrolada nos queixos e
    sempre resmungando:"Eu não posso deste agosto,
    eu não posso deste agosto..."

    A primavera, em  contrapartda
   -é ela quem salva a honra da família!_
   é uma menininha pulando no corda  cabelos ao vento
   pulando e cantando debaixo da chuva
   curtindo o fescor da chuva que desce do céu
   o cheiro da terra que sobe do chão
   o tapa do vento cara molhada!

   Oh! A alegria do vento desgrenhando as árvores
   revirando os pobres guarda-chuvas
   erguendo saias!
   A alegria da chuva  a cantar nas vidraças
   sob as varias do vento...

  Enquanto
 - desafiando o vento, a chuva, desafiando tudo -
  no meio da praça a menininha canta
  a alegria da vida
  a alegria da vida!

Alunos: 4º ano C
Professora: Maria Lúcia